Papanicolau: o que é e como é feito?
Saiba o que é o exame Papanicolau e entenda sua importância para a detecção precoce do câncer de colo do útero e outras alterações celulares!
O exame Papanicolau, também conhecido como preventivo, é uma ferramenta fundamental na saúde da mulher, especialmente quando se trata da detecção precoce do câncer de colo do útero.
Realizado de forma simples e rápida, esse exame coleta células do colo do útero para análise, permitindo identificar alterações que podem indicar a presença de câncer ou outras condições de saúde.
A importância do Papanicolau vai além da prevenção do câncer; ele também ajuda a diagnosticar infecções e outras anomalias celulares.
Neste conteúdo vamos falar mais sobre o que é o exame Papanicolau, explorando a história do exame, além de apresentar as recomendações específicas para diferentes faixas etárias, os possíveis resultados e seu significado.
Boa leitura!
O que é o exame Papanicolau?
Também conhecido como preventivo, ou colpocitologia oncótica, o exame Papanicolau, é um procedimento ginecológico essencial para a saúde da mulher.
Ele consiste na coleta de células do colo do útero para análise, permitindo identificar alterações que podem indicar doenças, como inflamações, infecções e até mesmo câncer de colo do útero.
Realizado de forma simples e rápida no consultório do ginecologista, o exame é geralmente indolor, embora algumas mulheres possam sentir um leve desconforto durante a coleta.
Qual é a importância do Papanicolau?
Como já citamos, o exame Papanicolau é uma ferramenta vital para a saúde da mulher, especialmente quando se trata da detecção precoce do câncer de colo do útero ou outras condições de saúde.
O câncer de colo do útero é um dos tipos mais comuns entre as mulheres e pode ser causado pela infecção persistente do papilomavírus humano (HPV).
Quando detectado precocemente, as chances de tratamento e cura são significativamente aumentadas. O exame Papanicolau tem contribuído para a redução das taxas de câncer cervical em até 70% desde sua introdução.
Além de detectar câncer, o Papanicolau também pode identificar outras condições, como infecções ginecológicas e alterações celulares que podem indicar problemas de saúde.
O que o exame Papanicolau detecta?
Além de permitir a detecção precoce de câncer, o exame Papanicolau é capaz de identificar outras condições que podem afetar o bem-estar ginecológico, como:
Lesões Pré-Cancerígenas: Além do câncer, o exame também pode detectar lesões chamadas neoplasias intraepiteliais cervicais (NIC), que são alterações nas células do colo do útero que podem evoluir para câncer se não forem tratadas.
Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs): O Papanicolau pode identificar infecções como clamídia, gonorreia, sífilis e tricomoníase. Essas infecções podem causar problemas de saúde se não forem tratadas, por isso é importante detectá-las precocemente.
Infecções e Inflamações: O exame também ajuda a diagnosticar infecções vaginais, como candidíase e vaginite, além de inflamações no colo do útero, que podem ser causadas por diversos agentes patogênicos.
Alterações Celulares Benignas: O Papanicolau pode revelar células anormais que não são cancerígenas, mas que ainda precisam ser monitoradas para garantir que não evoluam para problemas mais sérios.
Como é feito o exame Papanicolau?
O exame Papanicolau é um procedimento simples e rápido que faz parte da rotina de cuidados de saúde das mulheres. Vamos entender como ele é realizado!
Primeiro, você vai ao consultório do ginecologista ou a um laboratório, onde o exame é feito. Você se deita em uma maca, em uma posição confortável, com as pernas apoiadas em suportes. O médico começa fazendo uma inspeção visual da área genital para verificar se há alguma anormalidade.
Em seguida, ele utiliza um instrumento chamado espéculo, que parece um "bico de pato". Esse aparelho é inserido suavemente na vagina para manter o canal aberto e permitir a visualização do colo do útero. É natural sentir um leve desconforto nessa parte, mas geralmente não dói.
Com o espéculo no lugar, o médico usa uma espátula especial e uma escova endocervical para coletar células do colo do útero. Essas amostras são essenciais para a análise posterior. O material coletado é colocado em uma lâmina ou em um frasco com líquido conservante e enviado para o laboratório.
O exame em si costuma durar menos de cinco minutos e não requer um preparo complicado. É recomendado evitar relações sexuais, duchas higiênicas ou cremes vaginais nas 72 horas que antecedem o exame para garantir resultados mais precisos.
E não se preocupe! Embora algumas mulheres relatem um leve desconforto, a maioria considera o exame rápido e tranquilo.
Quem deve realizar o exame?
O exame Papanicolau é recomendado para todas as mulheres que já iniciaram a vida sexual, especialmente aquelas com idades entre 25 e 64 anos.
Essa faixa etária é crucial, pois é quando o risco de desenvolver alterações no colo do útero, que podem levar ao câncer, aumenta. O exame deve ser realizado periodicamente, geralmente uma vez por ano ou conforme orientação do ginecologista.
Além disso, mulheres que já tiveram lesões no colo do útero devem continuar a fazer o exame mesmo após os 65 anos. E não se preocupe: até as mulheres grávidas podem realizar o Papanicolau, desde que não haja contraindicações médicas.
Exame Papanicolau durante a gravidez
Sim, o exame Papanicolau pode e deve ser realizado durante a gravidez!
Na verdade, ele é frequentemente recomendado logo no início do pré-natal, especialmente se a gestante não tiver feito o exame no último ano. O Papanicolau é seguro e não apresenta riscos para o bebê.
Esse exame é importante porque ajuda a identificar possíveis infecções vaginais ou alterações nas células do colo do útero que poderiam afetar a saúde da mãe e do feto.
Durante a gravidez, o corpo passa por muitas mudanças hormonais, e o Papanicolau permite que os médicos monitorem essas alterações e verifiquem se há algum problema que precise de atenção.
É importante lembrar que realizar o Papanicolau durante a gravidez não só é seguro, mas também uma parte essencial dos cuidados de saúde da mulher. Portanto, se você está grávida e ainda não fez o exame, converse com seu médico sobre a melhor hora para realizá-lo!
Recomendações específicas para diferentes faixas etárias
Quando se trata do exame Papanicolau, as recomendações podem variar de acordo com a faixa etária da mulher. Vamos dar uma olhada nas orientações para diferentes idades de forma simples e clara!
Até 21 anos: Se você é uma mulher que ainda não começou a vida sexual ou tem menos de 21 anos, geralmente não é necessário fazer o Papanicolau. O exame é recomendado a partir do início da atividade sexual ou aos 21 anos, o que ocorrer primeiro. Isso porque o câncer de colo do útero é raro nessa faixa etária.
Dos 21 aos 29 anos: Para mulheres entre 21 e 29 anos, a recomendação é fazer o exame Papanicolau a cada três anos, desde que os resultados sejam normais. Essa frequência ajuda a monitorar a saúde do colo do útero sem expor as mulheres mais jovens a exames desnecessários.
Dos 30 aos 64 anos: A partir dos 30 anos, as coisas mudam um pouco. As mulheres podem optar por continuar fazendo o Papanicolau a cada três anos ou, se também realizarem o teste para o HPV (o vírus do papiloma humano), podem fazer o exame a cada cinco anos. Essa combinação é eficaz na detecção precoce de alterações que podem levar ao câncer.
Após os 65 anos: Se você tem mais de 65 anos e já fez exames regulares com resultados normais nos últimos anos, pode ser liberada do Papanicolau. No entanto, essa decisão deve ser discutida com seu médico, levando em conta sua saúde geral e qualquer fator de risco que você possa ter.
Qual a diferença do exame Papanicolau e preventivo?
A diferença entre o exame Papanicolau e o exame preventivo é mais uma questão de terminologia do que de procedimento. Na verdade, o exame Papanicolau é frequentemente chamado de "exame preventivo".
Portanto, não há diferença real entre o exame Papanicolau e o exame preventivo, eles são a mesma coisa!
O que não se deve fazer antes do exame Papanicolau?
Antes de realizar o exame Papanicolau, é importante seguir algumas recomendações para garantir que os resultados sejam precisos, buscando evitar:
Relações Sexuais: Tente não ter relações sexuais nas 48 a 72 horas que antecedem o exame. Isso ajuda a evitar que células do colo do útero sejam alteradas e garante uma coleta mais precisa.
Duchas Vaginais: Evite fazer duchas vaginais pelo menos dois dias antes do exame. As duchas podem remover células importantes que o médico precisa analisar.
Cremes e Lubrificantes: Não use cremes, pomadas ou lubrificantes vaginais nos cinco dias anteriores ao exame. Esses produtos podem interferir na coleta das células.
Menstruação: É melhor agendar o exame para 7 a 10 dias após o término da menstruação, pois a presença de sangue pode dificultar a análise das células coletadas.
Exames Internos Recentes: Se você fez outros exames ginecológicos que envolvem penetração, como ultrassonografias, evite realizá-los nas 48 horas antes do Papanicolau.
Possíveis resultados e seu significado
Vamos entender os possíveis resultados desse exame e o que cada um deles significa de forma simples e acessível.
Classe I - Normal: Não há células anormais. O colo do útero está saudável. Continue com os exames regulares conforme recomendado pelo seu médico.
Classe II - Alterações Benignas: Existem algumas alterações nas células, mas geralmente são benignas e causadas por inflamações ou infecções. O médico pode recomendar acompanhamento ou tratamento para a inflamação, mas não há motivo para alarme.
Classe III - Células Anormais: Aqui, as células apresentam alterações que podem ser classificadas em NIC 1, NIC 2 ou NIC 3 (neoplasia intraepitelial cervical). Isso indica que há mudanças que precisam ser investigadas mais a fundo. O médico pode solicitar novos exames, como uma colposcopia, para examinar melhor o colo do útero e determinar a causa das alterações.
Classe IV - Suspeita de Malignidade: As células sugerem uma alteração mais grave, como NIC 3 ou HSIL (lesão intraepitelial de alto grau), que pode estar relacionada ao câncer. É importante seguir as orientações do médico, que provavelmente recomendará uma biópsia para confirmar se há câncer.
Classe V - Presença de Câncer: O exame indica a presença de câncer no colo do útero. É crucial buscar tratamento imediatamente com um especialista para discutir as opções de tratamento.
Amostra insatisfatória: O material coletado não foi adequado para análise, e o exame não pode ser realizado. Você precisará repetir o exame em um novo agendamento.
Conclusão
Como vimos, o exame Papanicolau é uma ferramenta essencial para a saúde da mulher, desempenhando um papel fundamental na detecção precoce do câncer de colo do útero e na identificação de outras condições ginecológicas.
Desde sua criação por George Papanicolaou, esse exame tem salvado vidas ao permitir diagnósticos precoces e tratamentos eficazes. Realizá-lo regularmente é crucial, especialmente para mulheres que já iniciaram a vida sexual.
O exame é simples, rápido e, embora possa causar um leve desconforto, os benefícios superam qualquer inconveniente. Além de detectar câncer, o Papanicolau também ajuda a identificar infecções e alterações que podem afetar a saúde ginecológica.
Portanto, se você ainda não fez seu exame ou está em dúvida sobre quando realizá-lo, converse com seu ginecologista. Cuidar da sua saúde é um ato de amor-próprio e prevenção! Não deixe de priorizar esse importante aspecto do seu bem-estar.
As dicas não substituem uma consulta médica. Procure um profissional de saúde especializado para receber orientações individualizadas.
Referências
Papanicolau (exame preventivo de colo de útero) https://bvsms.saude.gov.br/papanicolau-exame-preventivo-de-colo-de-uter…
Cobertura do exame de Papanicolaou no Brasil e seus fatores determinantes: uma revisão sistemática da literatura https://www.scielo.br/j/rbgo/a/jdThg4dBjtT45Rj4wSCsYkx/
Exame de Papanicolaou no Brasil: análise da Pesquisa Nacional de Saúde em 2013 e 2019 https://rsp.fsp.usp.br/artigo/exame-de-papanicolaou-no-brasil-analise-d…
A importância do exame preventivo de papanicolau nas mulheres acima dos 30 anos https://revistajrg.com/index.php/jrg/article/view/875
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