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Espinha bífida: tire todas as dúvidas sobre essa malformação congênita
A espinha bífida é uma malformação congênita do tubo neural que ocorre durante a gestação. Saiba mais sobre as complicações relacionadas a essa anomalia!
Introdução
Uma das condições que podem afetar a saúde das crianças é a espinha bífida, uma anomalia congênita que pode impactar o desenvolvimento e a qualidade de vida. Compreender condições como essa é crucial, especialmente quando existem medidas eficazes de tratamento e prevenção.
No artigo de hoje, exploraremos a espinha bífida em detalhes, abordando seus tipos, causas e opções de tratamento, além de discutir as medidas preventivas disponíveis para minimizar os riscos e promover a saúde infantil.
Boa leitura!
Espinha bífida: o que é e quais são as causas?
A espinha bífida é uma malformação do sistema nervoso central que ocorre ainda no útero. Normalmente, o tubo neural deve se fechar na sétima semana de gestação. Quando isso não acontece, os ossos na parte de trás da coluna não se formam, deixando a medula espinhal exposta, o que traz diversas consequências.
A causa da espinha bífida não é completamente conhecida, mas pode envolver fatores genéticos e relacionados à saúde materna, como obesidade, diabetes mellitus, exposição a produtos químicos, e principalmente a deficiência de ácido fólico, segundo demonstra estudo epidemiológico de nascidos vivos com Espinha Bífida no Brasil.
Tipos de espinha bífida
Dependendo do tipo de defeito do tubo neural, a espinha bífida pode ser classificada como aberta ou fechada. Na terminologia médica, esses tipos principais são conhecidos como espinha bífida oculta e espinha bífida aberta.
Na espinha bífida oculta, os arcos vertebrais se fundem de forma incompleta, resultando em um defeito mínimo, já que a medula espinhal e suas estruturas associadas permanecem bem posicionadas e cobertas por pele.
A pele que cobre este defeito pode ter marcas, como depressões rasas ou sinais de nascença. Crianças com essa condição geralmente não precisam de cirurgia e não apresentam consequências a longo prazo.
Por outro lado, a espinha bífida aberta é mais grave e visível na superfície externa do corpo, com partes da medula espinhal e suas estruturas associadas se projetando através das falhas. Este tipo pode ser subdividido em meningocele e mielomeningocele.
Na meningocele, apenas as meninges ficam expostas através da abertura, criando uma bolsa cheia de líquido, geralmente coberta por uma camada fina de pele, e pode ocorrer em qualquer parte da coluna ou do crânio.
Na mielomeningocele, a forma mais grave, além das meninges, parte da medula espinhal também se projeta através do defeito, que geralmente ocorre na região lombar ou sacral da coluna.
A bolsa pode sofrer ruptura durante o parto, expondo a medula espinhal ao ambiente externo e é por isso que o parto cesariana é indicado para bebês com essa condição, seguindo o protocolo do Ministério da Saúde.
Diagnóstico da espinha bífida
O diagnóstico da espinha bífida é realizado durante o período gestacional por meio da ultrassonografia pré-natal. A partir de 12 semanas de gestação, a ultrassonografia pode detectar a exposição da medula espinhal, dependendo da experiência do operador e da qualidade do exame.
No entanto, em alguns casos, o diagnóstico definitivo só será confirmado após o nascimento.
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Quais são os impactos dessa malformação na vida dos pacientes?
Geralmente, as crianças com espinha bífida apresentam algum grau de paralisia devido a danos na medula espinhal e nos nervos. A mielomeningocele, a forma mais grave, está frequentemente associada a condições secundárias, como hidrocefalia, onde o acúmulo de líquido pressiona o encéfalo.
Além disso, bebês com mielomeningocele frequentemente têm malformação de Chiari tipo II, em que o cerebelo e o tronco encefálico são deslocados para o canal vertebral.
Isso pode agravar a hidrocefalia e causar problemas de deglutição, respiratórios, fraqueza muscular, problemas de equilíbrio, coordenação motora, atrasos no desenvolvimento, bexiga e intestino neurológica, paralisia de membros inferiores e distúrbios ortopédicos, como pé torto
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Espinha bífida tem tratamento?
O tratamento da espinha bífida é cirúrgico. Quando o bebê nasce com essa anomalia, o fechamento das estruturas deve ser realizado o mais precocemente possível para melhorar o desenvolvimento da criança.
Atualmente, existe a possibilidade de cirurgia intrauterina, realizada durante a gravidez, entre 22 e 26 semanas de gestação. Esse procedimento, realizado em grandes hospitais por equipes especializadas, pode reduzir significativamente as complicações associadas à espinha bífida, conforme dispõe alguns estudos científicos sobre este método recente.
Prevenção
Embora seja uma condição debilitante, a espinha bífida é o único defeito congênito com medidas preventivas eficazes e específicas. A prevenção consiste em aumentar a ingestão de ácido fólico em todas as mulheres em idade fértil, especialmente aquelas que planejam engravidar.
Geralmente, recomenda-se uma ingestão adicional de 400 µg de ácido fólico por dia, começando pelo menos um mês antes da concepção e continuando pelos primeiros três meses de gestação.
Para mulheres com histórico de malformações congênitas, a dose recomendada pode ser de até 5 mg por dia. Isso destaca a importância do acompanhamento pré-natal, conforme dispõe o relatório da CONITEC (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS).
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Conclusão
A espinha bífida é uma condição complexa que exige atenção multidisciplinar e medidas preventivas eficazes. O diagnóstico precoce e as opções de tratamento, como a cirurgia intrauterina, são cruciais para melhorar a qualidade de vida das crianças afetadas.
Por isso, a suplementação adequada de ácido fólico é fundamental na prevenção dessa malformação. O contínuo avanço na pesquisa e nas práticas médicas oferece esperança para reduzir a incidência e melhorar a qualidade de vida dos indivíduos com essa condição.
Para saber mais sobre como garantir uma gestação saudável e segura, explore nossos artigos sobre cuidados pré-natais. Encontre dicas essenciais e se prepare para uma gravidez tranquila. Navegue e informe-se!
Referências
Ministério da Saúde. Anomalias Congênitas. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/anomalias-cong…;
Ministério da Saúde. Atenção à Saúde do Recém-Nascido. Guia para os Profissionais de Saúde. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_saude_recem_nascido_v1.pdf
Brazilian Journal of Health Review. Estudo epidemiológico de nascidos vivos com Espinha Bífida no Brasil. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/index.php/BJHR/index
SARGENTO, Luana Neves. Correção cirúrgica de espinha bífida fetal pela técnica da mini histerotomia em um hospital universitário: resultados cirúrgicos, obstétricos e pós-natais. Disponível em: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5139/tde-22092023-164952/publico/LuanaSarmentoNevesdaRochaVersaoCorrigida.pdf
Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS. Ácido fólico 400mcg em associação à vitamina E 10mg para prevenção de distúrbio do tubo neural relacionado à deficiência de ácido fólico em mulheres que estejam em idade fértil. Disponível em: https://www.gov.br/conitec/pt-br/midias/consultas/2018/relatorio_acidofolico_vite-disturbiostuboneural-cp29_2018.pdf
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