Gravidez molar: saiba mais sobre essa falha na fertilização

Introdução

A descoberta de uma gravidez é um momento repleto de emoções e expectativas. Para muitos, é a realização de um sonho, um marco emocionante na jornada da vida. No entanto, em alguns casos, o que deveria ser uma fonte de alegria e esperança pode se transformar em uma experiência complexa e desafiadora.

Este é o caso da gestação molar, uma condição rara e muitas vezes mal compreendida que pode virar de cabeça para baixo a trajetória de uma gravidez.

Neste artigo, exploraremos em detalhes o que é a gravidez molar, seus sintomas, causas, diagnóstico e opções de tratamento disponíveis para mulheres que enfrentam essa condição durante a gestação.

O que é gravidez molar?

A gravidez molar é uma complicação rara que ocorre durante a gestação, onde o óvulo fertilizado não se desenvolve normalmente, resultando em um crescimento exagerado das células destinadas à formação da placenta em vez de um feto em desenvolvimento. Por essa razão, a gravidez não pode prosseguir e deve ser interrompida.

Conhecida também como mola hidatiforme, a gravidez molar faz parte de um grupo de condições denominado tumores trofoblásticos gestacionais. Embora possam se espalhar para além do útero, esses tumores geralmente são benignos e tratáveis.

Em uma gravidez molar completa, o óvulo fertilizado não contém cromossomos da mãe, e os espermatozóides do pai são duplicados, resultando em uma massa de cistos na placenta.

Na maioria das gestações molares parciais, o óvulo fertilizado tem o conjunto normal de cromossomos da mãe, mas o dobro dos do pai, resultando em um total de 69 cromossomos. Isso pode ocorrer devido à duplicação dos cromossomos do espermatozóide ou quando dois espermatozóides fertilizam o mesmo óvulo.

Já na mola parcial, há tecido placentário junto com os cistos, mas o embrião que se desenvolve não é viável.

Possíveis causas da gravidez molar

Embora a causa exata da mola hidatiforme ainda não seja totalmente compreendida, acredita-se que pode acontecer devido a anormalidade genética no óvulo fertilizado ou uma falha na fecundação do óvulo.

Além disso, segundo um estudo realizado pela Revista de Saúde Coletiva, a idade materna é reconhecida como um fator de risco para o desenvolvimento de complicações obstétricas. Mulheres com menos de 20 anos ou mais de 35 anos têm um risco aumentado de experimentar a gravidez molar.

Acredita-se que as mulheres mais jovens possam estar em maior risco devido à imaturidade dos processos reprodutivos, enquanto as mulheres mais velhas podem apresentar uma maior incidência de anomalias cromossômicas nos óvulos devido ao envelhecimento dos ovários.

Principais sintomas e diagnóstico

Em regra, os sintomas da gravidez de mola são típicos de uma gestação normal, como atraso menstrual. Contudo, conforme a condição evolui, outros sinais de alerta podem surgir, incluindo:

• Sangramento vaginal (marrom escuro ou vermelho vivo);
• Pressão arterial elevada;
• Inchaço abdominal;
• Náuseas e vômitos;
• Anemia;
• Dor lombar.

O diagnóstico pode ser feito por meio de exames clínicos, como ultrassom transvaginal, que pode revelar as características típicas de uma gravidez de mola, como ausência de embrião, presença de vesículas hidrópicas ou cistos, bem como a análise dos níveis elevados de gonadotrofina coriônica humana (hCG).

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Existe tratamento para gestação molar?

Segundo uma atualização no diagnóstico e tratamento da gravidez molar, realizada pelos professores de obstetrícia da Faculdade de Medicina da UFRJ, o tratamento para gestação molar geralmente envolve a remoção completa do tecido molar do útero, feito através de um procedimento chamado curetagem uterina.

Após a remoção do tecido molar, é importante monitorar os níveis do hormônio beta-hCG no corpo da mulher. Caso os níveis de beta-hCG permaneçam altos ou voltem a subir após o tratamento, pode ser um indicativo de que as as células anormais se transformaram em tumor na parede uterina, sendo necessário realizar um tratamento adicional, como quimioterapia.

Quando engravidar novamente?

Pacientes que passaram por uma gravidez de mola completa ou parcial podem engravidar novamente. No entanto, é recomendado aguardar um período mínimo de 6 meses antes de tentar uma nova gestação, de acordo com estudos conduzidos pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).

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Conclusão

A gestação molar é uma condição que demanda atenção e cuidado especializado. Embora seja uma jornada desafiadora, com o apoio adequado, é possível enfrentar essa condição e buscar o caminho para uma recuperação completa.

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As dicas não substituem uma consulta médica. Consulte um profissional de saúde para obter orientações individualizadas.