
Hiperestimulação ovariana: entenda os riscos e como lidar com essa condição
Saiba o que é a hiperestimulação ovariana, como identificar os sintomas e por que o acompanhamento médico é essencial!
A busca por realizar o sonho da maternidade pode trazer muitas emoções — e também alguns desafios. Entre eles, uma das condições que merece atenção especial durante os tratamentos de fertilidade é a síndrome da hiperestimulação ovariana (SHO).
Embora seja relativamente rara, ela pode acontecer como consequência da indução da ovulação e, por isso, é fundamental entender seus sintomas, riscos e formas seguras de lidar com essa situação. Entenda melhor sobre o tema a seguir!
O que é a síndrome de hiperestimulação ovariana e por que ela acontece?
A hiperestimulação ovariana ocorre quando os ovários respondem de forma exagerada aos medicamentos usados para estimular a ovulação — normalmente, em tratamentos como fertilização in vitro (FIV) ou indução da ovulação.
Nesses casos, os folículos ovarianos se desenvolvem em grande número, liberando substâncias inflamatórias e provocando acúmulo de líquido fora dos vasos sanguíneos, o que pode causar inchaço abdominal e desconfortos variados.
Essa resposta exagerada pode ser leve, moderada ou grave. Em situações mais sérias, a condição pode exigir hospitalização, especialmente se houver risco de complicações circulatórias ou respiratórias.
Saiba mais: O que é a dor de ovulação? Entenda as causas e como aliviar os sintomas.
Quais são os principais sintomas da hiperestimulação dos ovários?
Os sintomas da hiperestimulação ovariana variam de acordo com a intensidade da resposta do organismo. Nos casos leves, os sinais podem incluir:
- Distensão abdominal (barriga inchada);
- Desconforto na região pélvica;
- Náusea leve;
- Ganho de peso discreto em poucos dias.
Já nas formas moderadas ou graves, é possível perceber:
- Dor abdominal intensa;
- Náuseas e vômitos frequentes;
- Dificuldade para respirar;
- Aumento rápido do peso (mais de 2kg em 24h);
- Retenção urinária ou diminuição do volume de urina;
- Tontura e sensação de fraqueza.
Caso algum desses sinais apareça, o ideal é buscar orientação médica imediatamente. O acompanhamento próximo faz toda a diferença para evitar riscos à saúde da mulher.
Quais são os fatores de risco para desenvolver essa síndrome?
Nem toda mulher em tratamento de fertilidade terá SHO. No entanto, alguns fatores aumentam as chances de desenvolver essa complicação, como:
- Histórico de síndrome dos ovários policísticos (SOP);
- Ter idade abaixo de 35 anos;
- Altos níveis de estrogênio no sangue durante o tratamento;
- Alta contagem de folículos ou óvulos maduros;
- Uso de hCG (gonadotrofina coriônica humana) como parte da indução.
O bom acompanhamento médico, com ajustes personalizados na dosagem dos medicamentos, ajuda a identificar esses riscos e minimizar a chance de hiperestimulação.
Quando os sintomas da hiperestimulação ovariana começam a aparecer?
Em geral, os sintomas surgem de 3 a 10 dias após o uso de medicamentos para ovulação, especialmente o hCG, que estimula a liberação dos óvulos. Se a mulher engravidar nesse ciclo, os sintomas podem se intensificar, já que a gestação mantém os níveis hormonais elevados.
Por isso, mesmo após a coleta dos óvulos ou o teste positivo, é importante manter os exames e o acompanhamento médico para observar qualquer sinal de alerta.
Como é feito o diagnóstico da hiperestimulação ovariana?
O diagnóstico é clínico, ou seja, feito com base nos sintomas relatados e no exame físico. O médico pode solicitar exames de sangue para avaliar os níveis de hemoglobina e eletrólitos, além de ultrassonografia para observar o tamanho dos ovários e o acúmulo de líquido na pelve ou abdômen.
Em casos mais graves, pode ser necessário realizar exames adicionais para verificar a função renal, hepática e pulmonar.
Qual a duração típica da hiperestimulação ovariana?
A boa notícia é que, na maioria dos casos, a hiperestimulação é autolimitada, ou seja, tende a desaparecer com o tempo, especialmente se a mulher não engravidar naquele ciclo. Em média, os sintomas duram entre 1 e 2 semanas, mas podem persistir por mais tempo em gestações ou quadros graves.
A recuperação depende da resposta individual de cada mulher e da intensidade da síndrome. Com o suporte adequado, tudo tende a se estabilizar.
Como tratar a hiperestimulação ovariana com segurança?
O tratamento depende da gravidade. Nos casos leves, é indicado:
- Repouso relativo;
- Hidratação oral adequada;
- Analgésicos leves para dor;
- Acompanhamento frequente com o especialista.
Já nas formas moderadas ou graves, pode ser necessário:
- Internação hospitalar;
- Hidratação intravenosa;
- Drenagem de líquido abdominal (paracentese);
- Anticoagulantes, caso haja risco de trombose;
- Monitoramento da função renal e respiratória.
O mais importante é não se automedicar e seguir todas as orientações do médico especialista em reprodução assistida.
A hiperestimulação ovariana pode afetar a gravidez?
Quando bem manejada, a hiperestimulação não impede a continuidade da gravidez. No entanto, ela exige mais atenção médica nos primeiros dias e semanas. O maior risco está no agravamento da síndrome nas gestações, já que os hormônios da gravidez podem manter o quadro ativo por mais tempo.
Com acompanhamento próximo e cuidados específicos, a maioria das gestações prossegue com segurança.
É possível prevenir a hiperestimulação durante o tratamento de fertilidade?
A prevenção começa com protocolos individualizados para cada mulher. O médico pode ajustar a dose dos indutores da ovulação, monitorar os níveis hormonais com exames e, em alguns casos, optar por congelar os embriões e transferi-los em outro ciclo, quando o organismo estiver mais equilibrado.
Essa abordagem chamada “freeze-all” (congelar tudo) tem se mostrado eficaz para reduzir riscos e preservar a saúde da paciente.
Leia também: Congelamento de óvulos: preservando sua fertilidade.
Quando devo procurar o médico imediatamente?

Procure assistência médica sem demora se você estiver em tratamento de fertilidade e apresentar:
- Dor abdominal intensa;
- Falta de ar;
- Tontura ou desmaios;
- Vômitos persistentes;
- Redução na urina;
- Ganho de peso súbito (mais de 2 kg por dia).
Esses sinais indicam possível agravamento do quadro e devem ser avaliados com urgência.
Conclusão
A hiperestimulação ovariana pode assustar à primeira vista, mas é uma condição que pode ser prevenida, diagnosticada e tratada com segurança, especialmente quando a mulher conta com uma equipe médica especializada.
Se você está em tratamento para engravidar, mantenha o diálogo aberto com seu médico, tire todas as dúvidas e siga cada etapa com tranquilidade.
Lembre-se: o seu bem-estar vem em primeiro lugar — e estar bem informada é o melhor caminho para viver esse momento com mais confiança e serenidade.
As dicas não substituem uma consulta médica. Procure um profissional de saúde para obter orientações individualizadas.
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