Eritroblastose fetal: incompatibilidade dos grupos sanguíneos da mãe e do bebê
Entenda o que causa eritroblastose fetal, quais são os sintomas, como ocorre o diagnóstico e o tratamento. Leia mais!
Introdução
A eritroblastose fetal é uma condição que merece atenção especial quando se trata da saúde reprodutiva. Se você está em busca de compreensão sobre o que é eritroblastose fetal, suas causas, diagnóstico, tratamento e a possibilidade de prevenção, você está no lugar certo.
Neste artigo, exploraremos minuciosamente o que é eritroblastose fetal, abordaremos o que desencadeia essa condição, como é diagnosticada e quais são as opções de tratamento disponíveis. Além disso, discutiremos estratégias preventivas que podem ser adotadas.
Boa leitura!
O que é eritroblastose fetal?
A eritroblastose fetal é uma condição caracterizada pela destruição das hemácias do feto ou recém-nascido devido à ação de anticorpos provenientes da mãe.
Estes anticorpos atravessam a barreira placentária, atacando o feto e resultando em um quadro de anemia fetal. Em situações mais graves, a hemólise (destruição das hemácias) pode desencadear problemas como congestão hepática e hidropisia fetal, associados à insuficiência cardíaca.
LEIA MAIS: Tipagem sanguínea na gestação: importância, fator RH e exame para saúde materno-fetal
O que causa a eritroblastose fetal?
A eritroblastose fetal acontece quando a mãe e o bebê têm incompatibilidade dos antígenos Rho(D) e o corpo da mãe produz anticorpos que podem prejudicar o bebê.
Isso ocorre se uma mulher que tem sangue Rh negativo e um homem com sangue com fator Rh positivo concebem um bebê com sangue Rh positivo.
Diagnóstico e tratamento
De acordo com o Manual MSD, o diagnóstico da eritroblastose fetal, geralmente causada por incompatibilidade Rh entre a mãe e o feto, envolve diferentes etapas para garantir uma gestação saudável. Aqui está uma visão simplificada do processo:
1. Exames de sangue iniciais:
Na primeira consulta pré-natal, as mulheres passam por exames para determinar seu tipo sanguíneo, Rh (positivo ou negativo) e a presença de anticorpos, especialmente anti-Rh. Isso ajuda a identificar a sensibilização da mãe ao antígeno Rh.
2. Teste de sensibilização:
Se a mãe é Rh negativo e já foi sensibilizada devido a uma gravidez anterior ou exposição a hemoderivados, ela pode desenvolver anticorpos anti-Rh.
3. Avaliação do risco do pai:
Se o pai for Rh positivo, há um risco aumentado de incompatibilidade Rh. O tipo de Rh do pai é considerado para determinar a possibilidade de o feto ser Rh positivo.
4. Imunoglobulina Anti-D:
Para prevenir complicações, a mãe Rh negativo pode receber imunoglobulina anti-D para evitar a formação de anticorpos prejudiciais em resposta ao fator Rh positivo do feto.
5. Acompanhamento regular:
A mãe é acompanhada regularmente para verificar os títulos de anticorpos anti-Rh. Se esses títulos atingirem níveis críticos, são realizadas ultrassonografias para avaliar o fluxo sanguíneo no feto.
6. Exames adicionais:
Em casos de risco aumentado, podem ser realizados exames adicionais, como ultrassonografia com Doppler para avaliar o fluxo sanguíneo no cérebro do feto.
7. Monitoramento da anemia fetal:
Se houver suspeita de anemia fetal, são realizados procedimentos como amostragem percutânea do sangue umbilical e, se necessário, transfusão sanguínea intrauterina.
O diagnóstico precoce e o acompanhamento adequado são cruciais para garantir a saúde do feto e da mãe. Consulte sempre um profissional de saúde para orientações personalizadas com base em sua situação específica.
É possível prevenir?
A incompatibilidade de Rh pode ser prevenida com medidas eficazes, especialmente para mulheres com sangue Rh negativo. Aqui estão algumas estratégias de prevenção:
1. Injeções de Imunoglobulina Rho(D):
Mulheres com sangue Rh negativo recebem injeções de imunoglobulina Rho(D) como precaução. Essas injeções são administradas nos seguintes momentos:
- Na 28ª semana de gravidez.
- No prazo de 72 horas após dar à luz um bebê com sangue Rh positivo, mesmo após aborto espontâneo ou induzido.
- Após qualquer episódio de sangramento vaginal durante a gravidez.
- Após procedimentos invasivos como amniocentese ou amostragem das vilosidades coriônicas.
2. Redução do risco de sensibilização:
Essas injeções ajudam a reduzir o risco de sensibilização da mãe ao fator Rh positivo do bebê. Ao diminuir a capacidade do sistema imunológico de reconhecer o fator Rh no sangue fetal, a produção de anticorpos é evitada ou reduzida.
3. Reforço da prevenção em casos específicos:
Em situações em que uma grande quantidade de sangue fetal entra na corrente sanguínea da mãe, podem ser necessárias injeções adicionais para reforçar a prevenção.
4. Significativa redução do risco:
Esse tratamento tem demonstrado ser altamente eficaz, reduzindo o risco de destruição dos glóbulos vermelhos do feto em gestações subsequentes de aproximadamente 12% a 13% (sem tratamento) para cerca de 0,1%.
É essencial que mulheres grávidas ou que planejam engravidar discutam a incompatibilidade de Rh com seus profissionais de saúde. A prevenção ativa pode garantir uma gestação mais segura e saudável.
LEIA MAIS: Gravidez de alto risco?
Conclusão
Neste artigo, exploramos a eritroblastose fetal, uma condição que envolve incompatibilidade sanguínea entre mãe e bebê. Compreendemos que essa condição pode causar sérias complicações, incluindo anemia intensa, icterícia e, em casos graves, inchaço generalizado e hidropsia fetal.
Ao abordar as causas da eritroblastose fetal, destacamos a incompatibilidade Rh, em que a mãe Rh negativo gesta um filho Rh positivo. Investigamos o diagnóstico da doença, enfatizando exames de sangue, ultrassonografia com Doppler e triagem para DNA fetal livre de células.
Quanto ao tratamento, discutimos a administração de imunoglobulina Rho(D) como medida preventiva, reduzindo significativamente o risco de sensibilização materna ao fator Rh positivo.
Além disso, ressaltamos a importância da avaliação médica em casos de incompatibilidade de Rh. A busca por cuidados médicos adequados é fundamental para identificar, tratar e, quando possível, prevenir complicações, garantindo a saúde reprodutiva e o bem-estar tanto da mãe quanto do bebê. Continue acompanhando para mais informações importantes sobre saúde no Nestlé Materna.
Referências
MANUAL MSD - Versão Saúde para a Família. Doença hemolítica do feto e do recém-nascido. Disponível em: <https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-feminina/…;
Artigos relacionados