
VCE: entenda a técnica para virar o bebê e evitar cesárea
Descubra como a VCE pode ajudar a evitar a cesárea, seus riscos, benefícios e quando é indicada!
Durante a reta final da gravidez, uma das preocupações que podem surgir é a posição do bebê no útero. Idealmente, o bebê deve estar em posição cefálica (cabeça para baixo) para facilitar o parto vaginal. No entanto, cerca de 3% dos bebês permanecem em apresentação pélvica (sentados) até o termo.
Nesses casos, a Versão Cefálica Externa (VCE) pode ser uma alternativa para tentar reverter essa posição e aumentar as chances de um parto normal. Continue a seguir para entender melhor o assunto!
O que é a Versão Cefálica Externa (VCE) e qual seu objetivo na gestação?
A VCE é uma manobra obstétrica realizada para girar o bebê de uma posição pélvica ou transversa para a posição cefálica. O procedimento é feito por meio de pressão controlada no abdômen da gestante, com o objetivo de posicionar o bebê de cabeça para baixo, facilitando o parto vaginal e reduzindo a necessidade de cesárea.
Quando é o momento ideal para realizar a VCE durante a gravidez?
O período mais indicado para realizar a VCE é entre a 36ª e a 37ª semana de gestação. Nessa fase, o bebê já está suficientemente desenvolvido, e ainda há espaço no útero para que a manobra seja realizada com maior segurança e eficácia.
Quais são as indicações para a realização da VCE?
A VCE é indicada para gestantes com gravidez única, cujo bebê está em apresentação pélvica ou transversa, sem contraindicações para parto vaginal. É essencial que a gestante esteja em boas condições de saúde e que não haja complicações obstétricas que impeçam a realização do procedimento.
Existem contraindicações para a realização da VCE? Quais são elas?
Existem contraindicações absolutas e relativas para a VCE. As contraindicações absolutas incluem placenta prévia, malformações uterinas significativas, ruptura prematura de membranas, crescimento fetal restrito com alterações na fluxometria, e anomalias fetais incompatíveis com a vida.
Contraindicações relativas podem incluir gestação múltipla, hipertensão materna grave, e presença de cordão umbilical enrolado no pescoço do bebê.
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Quais são os riscos associados à VCE para a mãe e o bebê?
Embora a VCE seja considerada segura quando realizada por profissionais experientes, existem riscos associados, como:
- Alterações transitórias na frequência cardíaca fetal (4,7%);
- Necessidade de cesariana de emergência (0,4%);
- Sangramento vaginal (0,3%);
- Ruptura das membranas ovulares (0,2%);
- Descolamento da placenta (0,2%);
- Prolapso do cordão umbilical (0,2%);
- Morte fetal (0,2%).
É importante ressaltar que essas complicações são raras e que a VCE deve ser realizada em ambiente hospitalar, com monitoramento adequado.
Qual é a taxa de sucesso da VCE e o que influencia esse resultado?
A taxa de sucesso da VCE varia entre 35% e 86%, com uma média de 58%. Fatores que aumentam a chance de sucesso incluem multiparidade (mulheres que já tiveram filhos), boa quantidade de líquido amniótico, placenta localizada posteriormente, e apresentação pélvica completa do bebê.
Por outro lado, nuliparidade (primeira gestação), placenta anterior, oligoâmnio (pouco líquido amniótico), e obesidade materna podem reduzir as chances de sucesso.
Como é realizado o procedimento da VCE na prática?
A VCE é realizada em ambiente hospitalar, com a gestante deitada e monitoramento contínuo da frequência cardíaca fetal. Um medicamento tocolítico pode ser administrado para relaxar o útero.
O obstetra aplica pressão controlada no abdômen da gestante para girar o bebê para a posição cefálica. O procedimento geralmente dura entre 5 a 30 minutos. Após a manobra, a gestante e o bebê são monitorados para garantir que tudo esteja bem.
Quais são as vantagens da VCE em comparação com a cesárea?
A principal vantagem da VCE é a possibilidade de evitar uma cesariana, permitindo um parto vaginal, que geralmente está associado a menor tempo de recuperação, menor risco de infecção, e menor perda de sangue. Além disso, evita-se os riscos cirúrgicos inerentes à cesárea e possíveis complicações em futuras gestações.
O que acontece se a VCE não for bem-sucedida?

Se a VCE não for bem-sucedida, o obstetra discutirá outras opções com a gestante, que podem incluir uma nova tentativa de VCE, parto vaginal com bebê em apresentação pélvica (em casos selecionados), ou cesariana programada. A decisão dependerá das condições clínicas da mãe e do bebê, bem como das preferências da gestante.
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Conclusão
A VCE é uma técnica segura e eficaz para tentar posicionar o bebê de forma adequada para o parto vaginal, reduzindo a necessidade de cesárea.
É fundamental que a gestante discuta com seu obstetra sobre a possibilidade de realizar a VCE, considerando os benefícios, riscos e suas preferências pessoais.
Com informação adequada e acompanhamento médico, é possível tomar decisões conscientes e seguras para o momento do parto.
As dicas não substituem consulta médica. Procure um profissional de saúde especializado para receber orientações individualizadas.
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