Lúpus e gravidez: conheça os riscos e cuidados
Lúpus na gravidez: desafios médicos e cuidados essenciais para uma gestação saudável e segura para a mãe e o bebê. Saiba mais!
Introdução
O lúpus é uma doença autoimune que, embora não tenha cura, pode ser tratada de forma eficaz, garantindo qualidade de vida aos pacientes. No Brasil, cerca de 65 mil pessoas convivem com essa condição, que afeta principalmente as mulheres em idade fértil segundo a Agência Brasília.
Todos os pacientes com LES necessitam de monitoramento cuidadoso, e durante a gravidez, os desafios se intensificam, levantando muitas dúvidas. No artigo de hoje, vamos explorar o que é o lúpus, suas manifestações clínicas e os desafios enfrentados durante a gestação. Acompanhe a leitura!
Lúpus: o que é?
Segundo o Ministério da Saúde, o Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), conhecido simplesmente como lúpus ou LES, é uma doença inflamatória autoimune em que o sistema imunológico ataca órgãos e tecidos saudáveis, como pele, articulações, rins e cérebro.
Esta patologia complexa afeta principalmente mulheres em idade reprodutiva (20 a 40 anos) e é caracterizada por períodos de recidiva e remissão. Os sintomas e a gravidade do lúpus variam significativamente entre os indivíduos, tornando o acompanhamento médico essencial para o manejo da doença.
Manifestações clínicas do lúpus
Os sintomas do lúpus são diversos e podem surgir de forma repentina ou se desenvolver lentamente. A maioria dos pacientes apresenta sintomas moderados, que podem variar dependendo da atividade ou remissão da doença. A manifestação clínica também depende da região do corpo afetada. Entre os sinais mais comuns estão:
- Fadiga;
- Febre;
- Dor nas articulações;
- Rigidez muscular e inchaços;
- Erupções cutâneas;
- Inflamação nos rins;
- Inflamação da pleura ou pericárdio (membranas que recobrem o pulmão e coração);
- Dificuldade respiratória;
- Sensibilidade à luz.
Paciente com lúpus pode engravidar?
Sim, pacientes com lúpus podem engravidar com segurança, desde que a gestação seja programada. Segundo a Sociedade Mineira de Reumatologia (SMR), é recomendado que a doença esteja controlada ou inativa por pelo menos 6 meses antes de engravidar.
Gestantes com LES devem ser cuidadosamente acompanhadas pelo obstetra e pelo reumatologista. As consultas de pré-natal devem ser mensais até a 20ª semana, quinzenais até a 28ª semana e semanais até o parto, preferencialmente em um centro de referência para gestação de alto risco.
LEIA TAMBÉM: O que é gestação de alto risco e o manual de como se cuidar
Riscos e cuidados durante a gestação
Embora o acompanhamento médico possa possibilitar uma gestação saudável para mulheres com lúpus, é comum a ocorrência de desfechos perinatais adversos, como baixo peso ao nascer, aborto espontâneo e parto prematuro, ocorrendo em cerca de 20% das gestações com LES.
Além disso, pré-eclâmpsia, decorrente do acometimento renal e hipertensão, é uma complicação comum entre essas gestantes, atingindo entre 7,5% e 22,5%, conforme estudo realizado pelo Centro de Assistência Integral à Saúde da Mulher da CAISM/Unicamp.
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O lúpus passa da mãe para o bebê?
Durante a gravidez, anticorpos maternos podem atravessar a placenta e passar para o feto. Em mães portadoras de lúpus, esses anticorpos podem ser transferidos para o bebê, resultando em uma condição autoimune adquirida conhecida como lúpus eritematoso neonatal (LEN).
Os sintomas do lúpus neonatal podem incluir erupções cutâneas, problemas hepáticos, anemia e, em casos raros, bloqueio cardíaco congênito.
É importante destacar que o lúpus neonatal geralmente é temporário e os sintomas tendem a desaparecer após alguns meses, quando os anticorpos maternos são eliminados do corpo do bebê, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria.
Conclusão
A gestação em mulheres com lúpus apresenta desafios significativos, demandando cuidados médicos especializados e um acompanhamento cuidadoso para garantir a saúde tanto da mãe quanto do bebê.
Embora os desafios sejam muitos, com a abordagem correta e o apoio adequado, é possível uma gravidez bem-sucedida para mulheres com lúpus.
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As dicas não substituem uma consulta médica. Procure um profissional de saúde para receber orientações individualizadas.
Referências
Agência Brasília. Fevereiro roxo aborda a importância de tratar o lúpus. Disponível em: https://www.agenciabrasilia.df.gov.br/2021/02/19/fevereiro-roxo-aborda-…;
Ministério da Saúde. Lúpus. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/l/lupus
Sociedade Mineira de Reumatologia. Quem tem Lúpus pode engravidar?. Disponível em: https://reumatominas.com.br/quem-tem-lupus-pode-engravidar/
Centro de Assistência Integral à Saúde da Mulher. LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO (LES) NA GRAVIDEZ. Disponível em: https://www.caism.unicamp.br/download/protocolos/obstetricia/Lupus%20Er…;
Sociedade Brasileira de Pediatria. Lúpus Eritematoso Neonatal. Disponível em: https://www.sbp.com.br/especiais/pediatria-para-familias/doencas/lupus-…;
Sociedade Brasileira de Reumatologia. Verdades e mentiras sobre o Lúpus Eritematoso Sistêmico. Disponível em: https://www.reumatologia.org.br/orientacoes-ao-paciente/verdades-e-ment…;
FEBRASGO. Lúpus eritematoso sistêmico. Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/fluxopdf/assets/pdf/Lupus-eritematoso-siste…;
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