
Listeriose na gravidez: entenda os riscos, sintomas e como proteger o bebê
Saiba o que é listeriose, seus riscos na gravidez, sintomas, alimentos a evitar e como prevenir a infecção!
Durante a gravidez, todo cuidado é pouco quando falamos de saúde. Afinal, algumas infecções que poderiam passar despercebidas em outros momentos da vida podem ter consequências mais sérias para a gestante e o bebê.
É o caso da listeriose, uma infecção bacteriana silenciosa, porém perigosa, que merece nossa atenção.
Neste artigo, vamos te contar tudo sobre a listeria, desde o que é, como ela é transmitida, até os sinais de alerta, riscos e, claro, como se prevenir para garantir uma gestação saudável e segura. Confira!
O que é listeriose?
A listeriose é uma infecção causada pela bactéria Listeria monocytogenes, que vive no solo, na água e em alimentos contaminados. Apesar de rara, essa doença pode ser bastante grave, especialmente para gestantes, recém-nascidos, idosos e pessoas com imunidade comprometida.
O problema é que a listeria consegue sobreviver e até se multiplicar em ambientes refrigerados, o que a torna ainda mais traiçoeira, já que muitos alimentos contaminados parecem frescos e inofensivos.
Como ela afeta a gravidez?
Na gestação, a listeriose é motivo de preocupação porque a bactéria tem a capacidade de atravessar a placenta, chegando até o bebê. Isso pode causar complicações graves como:
- Abortamento espontâneo;
- Parto prematuro;
- Natimorto;
- Infecção neonatal severa, como meningite ou septicemia.
Por isso, embora seja uma infecção rara, ela é tratada como uma condição de alto risco na gravidez.
Por que gestantes são mais suscetíveis à listeriose?
Durante a gravidez, o corpo passa por várias adaptações, incluindo alterações no sistema imunológico. Isso faz com que a mulher fique mais vulnerável a infecções, incluindo a listeriose.
Enquanto a maioria das pessoas pode não apresentar sintomas ou ter apenas um mal-estar passageiro, na gestante a doença tem mais chances de evoluir, colocando em risco tanto a mãe quanto o bebê.
Quais são os principais sintomas da doença em gestantes?
Aqui mora um dos grandes desafios. Os sintomas da listeriose muitas vezes são sutis e inespecíficos, podendo ser confundidos com uma simples gripe ou indisposição.
Entre os principais sinais estão:
- Febre;
- Calafrios;
- Dores musculares;
- Mal-estar geral;
- Náusea ou diarreia;
- Dores nas costas (em alguns casos).
Em situações mais graves, pode haver sinais neurológicos como rigidez na nuca, confusão mental e até convulsões, indicando que a infecção se espalhou.
Como é feito o diagnóstico da listeriose durante a gravidez?
O diagnóstico é feito, principalmente, por meio de exames de sangue e culturas bacterianas, que identificam a presença da Listeria monocytogenes.
Diante de sintomas suspeitos, principalmente febre persistente sem causa aparente, o obstetra deve ser informado imediatamente para investigar e confirmar o diagnóstico.
Leia mais: O que é o exame HBsAg e sua importância no pré-natal para detectar hepatite B.
Qual é o tratamento indicado?
O tratamento da listeriose durante a gravidez é feito com antibióticos específicos, geralmente à base de penicilina ou ampicilina.
Quando iniciado precocemente, o uso desses antibióticos pode reduzir significativamente os riscos de complicações, protegendo tanto a mãe quanto o bebê.
Quais são as possíveis complicações da doença para o bebê?
Infelizmente, a Listeria pode causar consequências muito sérias para o bebê, como:
- Parto prematuro;
- Baixo peso ao nascer;
- Infecções generalizadas;
- Meningite neonatal;
- Óbito fetal.
Se não tratada a tempo, a infecção pode ser fatal. Por isso, o foco sempre deve estar na prevenção e na detecção precoce.
Como prevenir a listeriose durante a gestação?
A boa notícia é que, com alguns cuidados simples, é possível reduzir muito o risco de contaminação por listeria. Veja algumas orientações práticas:
- Evite queijos não pasteurizados, como brie, camembert, gorgonzola e outros que tenham casca branca ou azulada;
- Não consuma leite cru ou derivados de leite não pasteurizado;
- Evite carnes cruas ou malpassadas, incluindo embutidos como presunto cru, salame e patês refrigerados;
- Lave muito bem frutas, verduras e legumes antes do consumo, de preferência com sanitizante próprio;
- Cozinhe bem carnes, aves, ovos e frutos do mar;
- Mantenha alimentos perecíveis sempre refrigerados, e observe as datas de validade;
- Higienize superfícies, tábuas, utensílios e mãos após manipular alimentos crus.
Quais alimentos representam maior risco de contaminação?
Preste atenção a esses alimentos que são campeões em risco de contaminação por listeria:
- Queijos frescos não pasteurizados;
- Leite cru;
- Carnes defumadas e frios (presunto, salame, peito de peru);
- Peixes crus ou defumados (como sushi e salmão defumado);
- Patês refrigerados;
- Vegetais mal higienizados.
Saiba mais: Intolerância à lactose na gravidez: como lidar.
Quais cuidados ao preparar e armazenar alimentos?
Além de escolher bem os alimentos, é fundamental garantir que a preparação e o armazenamento sejam feitos corretamente:
- Utilize tábuas separadas para carnes e vegetais;
- Cozinhe alimentos até que atinjam, no mínimo, 70°C no centro;
- Não deixe alimentos prontos fora da geladeira por mais de duas horas;
- Limpe regularmente o interior da geladeira e do freezer.
Quando procurar orientação médica sobre listeriose na gravidez?

Se você estiver grávida e apresentar febre persistente, mal-estar ou qualquer sinal de infecção, procure seu obstetra imediatamente.
Além disso, se consumir algum alimento de risco e, em seguida, apresentar sintomas, não hesite em buscar avaliação médica. O diagnóstico e o tratamento precoces fazem toda a diferença.
Conclusão
A listeriose é uma daquelas infecções que nos lembram da importância dos cuidados simples no dia a dia, especialmente na gravidez.
Embora seja rara, pode ter consequências sérias. A boa notícia é que, com informações, prevenção e acompanhamento médico adequado, você pode se proteger e garantir uma gestação muito mais tranquila e segura.
Lembre-se: o pré-natal não é apenas um acompanhamento, é uma oportunidade de cuidado, proteção e amor — por você e pelo seu bebê.
As dicas não substituem consulta médica. Procure um profissional de saúde especializado para receber orientações individualizadas.
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